O Rio de Janeiro que passou

No varandão da saudade (VI)

João Carlos Lopes dos Santos



Nós éramos felizes e não sabíamos

Continuando o meu papo com o Brumel Delano – o meu alter ego virtual –, nos dias de Carnaval de 2002, na varanda da minha casa, quando concluímos que éramos muitíssimo felizes e não sabíamos...


Perfume francês

Nos anos 1960 e 1970 tinha-se que se tomar muito cuidado ao comprar os afamados perfumes franceses. No Rio de Janeiro, não se encontrava perfume francês verdadeiro. O cheiro era igual, mas o fixador ficava vencido na esquina. O jeito era pedir a um viajante internacional amigo que o comprasse para a gente.


Whisky escocês

Idem, idem, na mesma data, no que no se refere ao whiskyescocês. O "scotch" que se bebia era brabo... O gosto até que parecia, mas como descia quadrado goela abaixo... Com apenas uma dose, no dia seguinte, a cabeça amanhecia querendo explodir e mal se podia abrir os olhos.

Quando se falava em comprar whisky ou perfumes francês todo o cuidado era pouco, já que a possibilidade de serem falsos era grande.


Mas as coisas mudaram...

Hoje, não é mais assim. Já notaram que não se fala mais em falsificação de perfumes e de whisky?

Mas, em compensação, o que sobra de coisas passíveis de falsificação... A pirataria está na moda. Reflita sobre isso.


O queijo da Ilha de São Miguel

A praga da pirataria está disseminada no mundo todo. Outro dia, assisti na RTP internacional uma reportagem sobre o Arquipélago dos Açores – o Portugal ultramarino. Mostraram uma interessantíssima reportagem sobre a fabricação dos queijos, produzidos na Ilha de São Miguel. Um queijo feito com muito carinho pelos micaelenses de lá, para os micaelenses que estão espalhados em todas as partes do mundo, mormente, no Brasil, Canadá e Estados Unidos.

Embora descendente de açorianos – e também de lusitanos transmontanos – ainda não comi desse verdadeiro maná dos céus. São de quatro tipos e, vendo pela televisão, fiquei com água na boca.

Na reportagem, perguntado sobre os problemas da fabricação dos queijos micaelenses, o administrador da fábrica disse que não tinham maiores problemas com a fabricação, mas que estavam preocupados e atentos à pirataria dos seus queijos – obviamente fora dos limites dos Açores.

Concluí que todos os produtos que tenham valor, qualidade, raridade e liquidez serão passíveis da cobiça dos falsificadores. Portanto, meus amigos, olho vivo.

 

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