Acompanhando o Mercado

A Liquidez das Obras de Arte

João Carlos Lopes dos Santos

Como o mercado de arte vem apresentando viés de alta aqui e no mundo, cada vez mais vem sendo reconhecido como um excelente de investimento. Os números são tentadores em confronto com o que se vê numa economia mundial em crise – escrevo no final de 2011. Os preços informados pela mídia são reais, mas saibam que a liquidez passa sempre por um processo de mercado que, muitas vezes, é lento.

Tenho dito e escrito que, a médio e longo prazo, mormente quando se é conhecedor da matéria ou se está bem assessorado na aquisição e condução do acervo, o mercado de arte é um dos investimentos mais rentáveis, à frente das aplicações convencionais conhecidas. No entanto, todos devem saber que há momentos certos para se conseguir a melhor liquidez e, com ela, a cristalização de lucros. Esse momento tem que ser aguardado com paciência. É o que ocorre em todas as aplicações.


Minimizando a falta de liquidez

Prefiro quando meus clientes encaram a aquisição de obras de arte como um hobby ou, simplesmente, priorizem a decoração de ambientes. Contudo, há que se ter o cuidado de distinguir o que é decorar um ambiente, objetivando-se o gosto e a decisão do cliente, e o que, verdadeiramente, é investir em obras de arte. No Manual do Mercado de Arte e nos meus websites já escrevi sobre isso. Paralelamente, se a aquisição se der da forma correta, obediente aos ditames do mercado, poderá gerar um patrimônio sólido e futuros lucros.

Costumo dizer que a compra de obras de arte só deve ser feita quando se tem dinheiro em absoluta disponibilidade, mormente no Brasil, onde, volta e meia, a economia passa pelos trancos e solavancos das bruscas mudanças. Assim, há que se ter em conta a possibilidade dessas ocorrências, para prover o que é básico durante os atropelos da economia. Os momentos de crise nem sempre atingem a todos e aí, decerto, não será a hora de vender nada, mormente obras de arte.

Afinal, contrariando o que faz a maioria, deve-se comprar na baixa e vender na alta. Em qualquer mercado, quando a crise sinaliza baixa dos preços é que será a hora de comprar, nunca de vender. Os verdadeiros investidores de todos os mercados sabem disso.

Em quaisquer circunstâncias, quando se compra as melhores obras de arte de autores importantes, mormente as obras mais raras, a médio e longo prazo, não há riscos de se perder nessas aplicações. En passant, a aposta consciente em artistas novos talentosos sempre será uma possibilidade que não se deve desprezar.

Por outro lado, aconselho sempre que só devem investir nesse mercado aqueles que têm sensibilidade pela arte e paciência para guardá-las nas paredes com carinho, para aguardar o melhor momento de auferir lucros, já que elas não propiciam lucros de imediato e têm momentos certos para liquidez. O investidor que ambiciona lucros rápidos, pronta liquidez e, por via de consequência, riscos na mesma proporção, deve procurar por outros ativos.

Não gosto de citar nomes de artistas nos meus escritos, pois poderia parecer que estou querendo conduzir o mercado, mas há casos de artistas que já deram muito preço e, em dado momento, por isto ou aquilo, caíram a patamares inferiores. Depois de certas correções de rumo, os seus trabalhos das boas fases retomaram um lento viés de alta e superaram em muito os patamares anteriores. Sempre que isso acontece, eles se solidificam no mercado e dificilmente caem novamente, por piores que sejam as crises econômicas, conflitos bélicos ou outros fatores interferentes no mercado financeiro.

 

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